Cada vez mais profissionais da saúde estão recebendo pacientes com queixas que unem as alterações da pele aos transtornos psicológicos.
É sabido que determinadas desordens psicológicas podem desencadear ou agravar quadros de alterações da epiderme, como, por exemplo, o herpes labial, o vitiligo e a psoríase. Do contrário, a mesma lógica.
O estresse e as doenças da pele: psicodermatologia
De acordo com a American Psychological Association (APA), o estresse pode gerar aumento da adrenalina, da noradrenalina, da epinefrina, do cortisol, da pressão sanguínea, etc.
Essas alterações podem gerar diminuição das nossas defesas (sistema imunológico), criando o ambiente propício para o desenvolvimento de doenças, inclusive da pele.
Os estudos clínicos e acadêmicos estão crescendo e os pesquisadores chamam esta área de psicodermatologia.
Sinas das psicodermatoses
De modo geral, os sintomas das chamadas psicodermatoses aparecem como forma de ressecamento, manchas, espinhas, verrugas, rugas, coceiras ou descamação.
Na vida cotidiana todos nós podemos perceber a ligação entre o funcionamento psicológico e a nossa pele, basta pensarmos nos adolescentes que apresentam mais acne durante o vestibular; no caso de adultos é mais fácil surgir o herpes em situações de estresse (ex.: separação, brigas, problemas financeiros, perda de emprego).
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A pele não é apenas um revestimento do nosso corpo, ela é o nosso maior órgão, nossa primeira barreira e um dos nossos “espelhos internos”, que reflete nossa saúde, nossas emoções e também nossas patologias. Talvez, por isso, o filósofo, escritor e poeta francês Paul Valèry dizia: “o mais profundo é a pele”.
Transtornos psicológicos que podem gerar doenças da pele
Os transtornos psicológicos que mais geram alterações na pele são: estresse um grau elevado, ansiedade generalizada e depressão maior. As emoções não compreendidas podem estimular o aparecimento até de doenças ligadas à genética (ex.: alopécia areata e psoríase).
Tratamento das doenças da pele
O tratamento de uma psicodermatose é realizado de forma multidisciplinar, ou seja, deve ocorrer, no mínimo, avaliações dermatológica e psicológica; em alguns casos é interessante a avaliação endocrinológica. O tratamento pode combinar o uso de Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC), remédios, Acupuntura, além de várias outras intervenções (ex.: nutricionais, atividade física).
A Acupuntura vem mostrando ótimos resultados nos tratamentos de psicodermatoses (ex.: alopécia areata, psoríase, vitiligo) e das alterações psicológicas (ex.: depressão, estresse, ansiedade, insônia).
Se acreditarmos que a alteração da pele também pode ser um sintoma de uma desordem psicológica, podemos pensar em prevenção das psicodermatoses.
Psicodermatologia: Doenças da Pele – Vitiligo
Prevenção das Doenças da Pele: Psicodermatologia
Uma boa maneira para tentar prevenir uma psicodermatose é encontrar modos variados de administrar o estresse da vida cotidiana, principalmente daqueles que possuem familiares com alterações de pele.
Inúmeras pesquisas científicas indicam que criar momentos de lazer com pessoas queridas, praticar atividade esportiva regularmente, não usar drogas, não se expor ao sol em horários de maior incidência de raios nocivos, ter uma alimentação saudável e avaliar os pensamentos negativos pode ser uma maneira eficaz para gerar qualidade de vida.
Ou seja, é fundamental que as pessoas promovam a sua saúde geral e não apenas busquem o tratamento de doenças.
Importante deixar claro que pode ocorrer a reincidência dessas patologias da pele, como o vitiligo e as de “causas desconhecidas” (ex.: rosácea), que são a maioria. Por isso, frisamos a necessidade do paciente ter uma qualidade de vida adequada, assim o tratamento terá resultados melhores e duradouros.
Pesquisas Científicas Sobre as Doenças da Pele: Psicodermatologia
Alguns dados epidemiológicos sobre o aparecimento das psicodermatoses mostram o seguinte: a prevalência da psoríase na Europa é de 1,5 a 2%; já nos EUA a porcentagem fica entre 0,5 e 1,5%.
A psoríase é rara em índios, afrodescentes e asiáticos (não aparece nos esquimós). Geralmente surge entre os 20 e os 40 anos de idade; quando se manifesta em crianças a alteração tende a ser mais intensa (ex.: psoríase familial).
No caso da dermatite atópica, as pesquisas apontam que a incidência nos EUA é 17,2%, na Europa e no Japão o índice segue o mesmo padrão americano.
Em crianças de escola primária de Osaka (Japão) a prevalência está em 24%.
Pesquisas indicam que a dermatite atópica aparece mais em mulheres e pessoas em classe social mais abastada.
Já o vitiligo, que afeta cerca de 1% da população mundial, pode surgir em qualquer faixa etária, mas em 50% das vezes aparece antes dos 20 anos de idade.
Psoríase: Tratamento Natural Para Fazer em Casa – Doenças da Pele | Psicodermatose
Considerações finais Sobre as Psicodermatose: Doenças da Pele
Lembre que as alterações da pele podem desencadear ou agravar alterações psicológicas, e isso é bastante comum. Por exemplo, a alopécia areata (queda localizada de cabelo) pode potencializar um quadro de depressão grave; o vitiligo pode gerar rebaixamento da autoestima; o aumento do número de espinhas faciais pode gerar isolamento social, principalmente em adolescentes (agravando sintomas de ansiedade, depressão e tendências suicidas).
Por fim, tendo em vista os dados clínicos e o resultados das pesquisas científicas em vários países, reforçamos a sugestão de que a intervenção deva ser preventiva (agindo sobre a qualidade de vida diária) e multidisciplinar (reunindo diferentes especialistas da área da saúde).
Dicas de livros para aprofundar o tema sobre a psicodermatologia:
- Tocar: O Significado Humano da Pele de Ashley Montagu. Ed. Summus:
- O Corpo Tem Suas Razões de Therese Bertherat. Ed. Martins Fontes.
- Psicodermatologia: Pele, Mente e Emoção de Roberto Doglia Azambuja e outros. Ed. Gen.
Tags:comental, dermatite, herpes, psicodermatose, psoríase, vitiligo